Cerca de 350 mil veículos fizeram a instalação do kit para uso de Gás Natural Veicular (GNV) em todo o Brasil, desde 2017 até o primeiro semestre de 2019. Destes, três em cada quatro carros foram realizados no estado do Rio de Janeiro, segundo dados do Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Rio de Janeiro (Sindirepa Rio – http://sindirepa.org.br).
Essa grande procura pelo GNV se justifica por três motivos principais: o alto valor da gasolina e do álcool; por se tratar de um combustível menos poluente que a gasolina e o etanol e por ainda ser mais econômico – estima-se que cada metro cúbico de GNV consegue rodar em média 14 km, enquanto o litro de gasolina e de etanol percorre, em média, apenas 10 km e 7 km, respectivamente.
Já o impacto ambiental do gás é menor que o dos outros combustíveis fósseis – desde a produção até o uso, uma vez que o GNV é transportado via gasodutos, navios metaneiros ou caminhonetas, os quais utilizam o próprio GNV como combustível. Isso contribui para que ele seja menos poluente do que os processos de refino e o transporte rodoviário da gasolina. O gás ainda emite menos resíduos no ar do que a queima de combustível fóssil, o que reduz a poluição do ar e as emissões de CO2 na atmosfera.
“Além da questão ambiental, o GNV tem um impacto social, pois a economia gerada com esse combustível pode ser usada para investimento em educação, lazer e turismo. Neste momento, a tendência é de crescimento da oferta de gás, o que significa que teremos abundância do combustível, pressionando os preços para baixo. Temos acompanhado as declarações do nosso ministro da Economia, Paulo Guedes, e estudos comprovam que esse valor cairá ao longo dos próximos anos, justamente pelo aumento da competividade e abertura do mercado do gás. Vale lembrar que no Rio de Janeiro e em alguns outros estados ainda existe o incentivo no IPVA. Assim, a expectativa é que o número de carros a gás cresça ainda mais”, afirma Celso Mattos, presidente do Sindirepa Rio.
E o trabalho para adesão de outros estados para o desconto do IPVA continua. No último dia 5 de junho, o presidente do Sindirepa Rio esteve em São Paulo para duas reuniões para tratar sobre o incentivo do IPVA naquele estado.
Outro motivo de comemoração para o setor de GNV foi a entrega ao Inmetro da proposta de alteração da precificação na bomba, dando transparência ao consumidor final. Segundo Celso Mattos “o GNV é comercializado em metros cúbicos enquanto o etanol e a gasolina são precificados em litros. Por isso, o que conta não é o preço da bomba, mas o rendimento. O GNV proporciona um rendimento superior. Na comparação do custo por quilômetro rodado com o de combustíveis líquidos, a economia do GNV supera em média o patamar de 50%”.
“Estamos com um projeto no Inmetro, que conta com o apoio do Governo Estadual do Rio de Janeiro, para essa mudança que deverá reverter essa situação que fere o Código de Defesa do Consumidor ao não fornecer a quem abastece a informação correta nas bombas”, completa o presidente.
O Comitê Nacional do GNV, liderado pelo Sindirepa Rio e pela Firjan, apresentou recentemente ao Inmetro a proposta de alteração da precificação dos combustíveis na bomba para o Litro de Gasolina Equivalente – abreviado LGE, o mesmo padrão adotado nos EUA, com apoio de todos os participantes da cadeia produtiva do GNV.
Com essas ações em andamento e depois de aprovada a mudança da apresentação do preço dos combustíveis nos postos, espera-se estimular o mercado de GNV, não só em veículos leves, mas também com potencial para uso em pesados, o que causará um impacto positivo na retomada econômica e na geração de empregos do estado do Rio de Janeiro e do Brasil.
Fonte: EXAME