Cortar custos é uma mantra tanto nas finanças públicas quanto nas domésticas. E, na matemática da crise, combustível é item fundamental para o consumidor que usa o veículo próprio para trabalhar ou como fonte de renda. Uma opção para economizar é instalar kit gás no veículo. Entre as vantagens estão o preço do GNV e o valor do IPVA pago no Rio de Janeiro. O motorista, porém, deve avaliar todos os pontos antes de investir na mudança.
Na ponta do lápis do cotidiano, o GNV traz benefícios que aliviam o bolso. Usando dados recentes da Agência Nacional do Petróleo (ANP) para o preço da gasolina (R$ 4,823) e GNV (R$ 2,918) na tabela disponibilizada no site da estatal mineira Gasmig, a economia mensal em mil quilômetros rodados chega R$ 229,26. Números da inflação também são favoráveis ao gás em relação à gasolina e ao etanol no Rio de Janeiro. Segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de outubro, divulgado pelo IBGE, a gasolina na Região Metropolitana do Rio de Janeiro subiu 1,40% e o etanol 13,36% no ano até o mês passado, enquanto o preço do gás veicular caiu 0,92%.
O proprietário de carro movido a gás no Rio de Janeiro também é beneficiado com um IPVA 75% menor em relação a veículo movido a gasolina. A diferença está na alíquota de cálculo do valor do IPVA, de 1,5%, para carros com GNV, e de 4% para aqueles a gasolina, etanol ou com motor flex. Um dado que pode pesar contra é o custo para instalação do kit gás. O proprietário pode pagar entre R$ 3 mil e R$ 7.500, dependendo do tamanho do cilindro e da geração. Depois da instalação, é preciso passar por uma vistoria no Detran e há ainda uma outra taxa para registrar no órgão que o carro é movido a gás.
Na hora de escolher a empresa que vai instalar o kit, o proprietário deve levar em conta orientações da Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara Municipal. A certificação pelo Inmetro é um ponto essencial. A empresa deve expor o registro em local de fácil visualização. O dono do veículo deve pedir para ver também a certificação das peças que formam o kit, como cilindros, suporte do cilindro, válvulas de segurança e abastecimento e redutor de pressão. O consumidor terá que levar o veículo a um organismo de inspeção (OI) para o reteste do cilindro, a cada 5 anos, ou quando o veículo se envolver em algum tipo de acidente.
A comissão da Câmara do Rio de Janeiro recebe reclamações e denúncias no endereço da instituição no Facebook. O consumidor também pode enviar um e-mail para consumidor@camara.rj.gov.br ou postar uma mensagem no site www.camara.rj.gov.br clicando em “Defesa do Consumidor”, ou pelo telefone: 0800 285 2121.
As vantagens do kit-gás:
Economia – Menores gastos e menor consumo de combustível são as principais vantagens do GNV frente à gasolina, ao etanol e ao diesel. A tabela do site da GasMig mostra quanto o consumidor pode economizar com o combustível. Clique aqui;
Imposto – No Rio de Janeiro, quem tem veículo convertido tem desconto de 75% no IPVA;
Segurança – O risco de uma combustão é muito menor com o kit gás GNV. Enquanto o álcool se inflama a uma temperatura de 200°C, a gasolina a 300°C, o gás se queima a 620°C. Além disso, o abastecimento é feito sem que o produto entre em contato com o ar, o que elimina a possibilidade de combustão;
Meio Ambiente – O gás natural veicular é um combustível de grande abundância e, apesar de ser fóssil, é limpo. A queima do GNV é muito mais completa do que a dos outros combustíveis, por isso libera menos quantidade de resíduos poluentes. O gás emite cerca de 20% menos dióxido de carbono (CO2) na atmosfera em relação à gasolina e 15% em comparação com o etanol;
Dois em Um – A conversão do carro para o kit gás GNV não elimina a possibilidade de utilizá-lo com o seu combustível original. Com a conversão o veículo torna-se bi-combustível;
Máquina – O fato de o GNV ser limpo e o de produzir menores índices de resíduos ajudam a prolongar a vida do motor e a impedir o acumulo de resíduos nos bicos injetores;
Limpeza – O GNV não se mistura e não contamina o óleo lubrificante do motor, aumentando a vida útil do produto. Além disso, há baixa formação de resíduos da combustão, o que também deixa o óleo mais limpo;
Ferrugem – Aumento da vida útil do escapamento. Já que não há o acúmulo de água proveniente da gasolina e do álcool.
As desvantagens do kit-gás:
Lento – O motor perde potência, de 3% a 10% dependendo do equipamento;
Pequeno – O kit aumenta o peso do carro e ocupa espaço no porta-malas, embora alguns automóveis permitam sua instalação sob o porta-malas;
Ameaça – O cabeçote do motor pode trincar. Como o sistema acaba recebendo maior pressão, a possibilidade de pequenas fissuras aparecerem aumenta. Por isso, é importante manter o motor sempre regulado;
Trocas – Os cabos de vela podem se desgastar num período menor que o ideal e a vida útil cair pela metade;
Desgaste – Os cilindros que trabalham com gás, um combustível seco, ficam sem lubrificação e podem sofrer avaria. O ideal é usar gasolina ou o álcool por cinco quilômetros todos os dias.
Desprotegido – A instalação do kit GNV em um carro novo pode representar a perda da garantia de fábrica cedida pelo fabricante do veículo (de cinco ou até seis anos, dependendo da marca).
Fonte: EXTRA